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A zona costeira é um espaço onde se desenvolvem várias formas de uso e ocupação que, cada vez mais, acentuam o mosaico de desigualdades alimentando um modelo de exploração que repousa na intensificação dos usos e na degradação de muitos ecossistemas. A diversidade de atividades diagnosticadas ao longo da zona costeira, como as de cunho agrícola, comercial, industrial, as relacionadas ao turismo, ao transporte, à exploração petrolífera, favorece a existência de usos exclusivos voltados a interesses de atores hegemônicos. Diante disso, podese verificar uma crescente valorização de múltiplos espaços costeiros de acordo com suas funcionalidades ligadas ao mercado nacional e internacional, o que os tornam locus da (re)produção humana e econômica. No Litoral Norte baiano, destacam-se atividades de cunho modernizante que pretendem trazer desenvolvimento socioeconômico a esta região. Sob esta lógica, o turismo vem se configurando como uma oportunidade para o desenvolvimento pleno e até benefícios imediatos através das estruturas fornecidas. Ao mesmo tempo, usos indevidos e processos de ocupação que se dão sem planejamento passam a vigorar nos espaços costeiros. Por tais condições, observamos uma expansão das atividades turísticas ao longo desta região, incorporando cada vez mais novos trechos, no entanto, outros processos ocorrem simultaneamente. A industrialização e a agricultura também transformam a paisagem costeira do Litoral Norte. E a confluência dessas atividades, em coexistência com as populações tradicionais ocupantes deste território, tem criado um cenário de conflitos socioambientais. Em Conde, os impactos já se fazem sentir, ora na ocupação inadequada do seu litoral, nas atividades turísticas de pequeno e médio porte ou nas transformações de ordem natural, como as relacionadas à erosão costeira. Portanto, cresce a necessidade de se (re)pensar a lógica dos planejamentos do Litoral Norte baiano, que devem ser voltados a usos sustentáveis e a preservação, conservação e recuperação de ecossistemas, principalmente na direção da participação das comunidades que são os principais afetados pelas transformações.

Oliveira de Jesus, M. H., & Cabral de Assunção Oliveira, A. C. (2017). Transformações socioespaciais no litoral norte da bahia e a importância do planejamento territorial. Entorno Geográfico, (13), 17. https://doi.org/10.25100/eg.v0i13.6032